Chamado de ADA, O robô do iFood está em testes na sede da startup em Osasco (SP). Foto: Reprodução/LinkedIn
Em um futuro não muito distante, a comida que você pede através dos aplicativos de delivery vai chegar na sua casa através de um robô ou de um drone. Os dois sistemas operados por inteligência artificial já estão em testes no Brasil e podem ganhar as ruas em alguns anos, com o objetivo de tornar a entrega em domicílio mais ágil e ecologicamente correta. Isto porque, de acordo com os operadores destas tecnologias, gigantes como IFood e Uber Eats, esses itens são capazes de tirar das ruas centenas de motocicletas, simplificando a logística do delivery e reduzindo drasticamente o tempo de entrega.
Chamado de ADA, O robô do iFood está em testes na sede da startup em Osasco (SP). Foto: Reprodução/LinkedIn
Uma destas inovações é a ADA, uma pequena robô criada pela startup brasileira iFood para operar dentro de shoppings centers e grandes condomínios. Em um primeiro momento, a ideia é que ADA reúna e distribua para entregadores os pedidos feitos usando a plataforma. A tecnologia criada em outubro do ano passado, em parceria com a empresa paulista Synkar, está em testes na sede da startup em Osasco (SP) e também em um shopping center, no interior de São Paulo. O nome do centro comercial não foi divulgado. Fora do horário comercial, a robô está mapeando as melhores rotas para circular dentro do shopping.
De acordo com o iFood, a primeira etapa de atuação de ADA será exclusivamente nas praças de alimentação de shoppings centers. O “robô carrinho” passará em cada um dos restaurantes recolhendo os pedidos feitos online. A missão seguinte é transportar as encomendas até uma área interna exclusiva para motoqueiros, encurtando assim o tempo que os entregadores perdem em deslocamento, dentro dos centros comerciais.
Se aprovada neste primeiro teste, ADA também poderá finalizar a entrega junto aos clientes, inclusive transportando os pedidos dentro de grandes condomínios residenciais, da portaria aos apartamentos dos clientes.
“O propósito é tornar as etapas do processo de entregas mais eficientes e combinar a atuação da ADA com a de outros modais, com foco nas necessidades operacionais do iFood”, explica Roberto Gandolfo, vice-presidente de logística da startup.
O protótipo em testes tem capacidade para transportar até 30 quilos de alimentos com uma autonomia de 12 horas de operação e carregamento na rede elétrica. A empresa não divulga quanto foi investido no desenvolvimento da tecnologia.
Multimodal
Em um primeiro momento, o objetivo é usar o drone em apenas uma das etapas de entrega, semelhante à ADA. Foto: divulgação.
Há mais tempo sendo desenvolvida, a tecnologia de entrega com drones está sendo testada desde setembro do ano passado em Campinas, no interior de São Paulo. A operação também do iFood funciona semelhante à ADA, levando os pedidos das praças de alimentação dos shoppings centers até os centros de distribuição. Os testes preliminares já mostraram que o tempo de entrega pode ser reduzido em até 12 vezes adotando esta logística.
Na época de divulgação dos testes, a startup chegou a afirmar que pretendia ampliar a entrega para as ruas, levando cargas de até dois quilos, em voos curtos, a 40 km/h. Em um dos ensaios, o drone percorreu um trajeto de 1,5 quilômetros em apenas quatro minutos.
“A expectativa é que, na sequência, tenhamos a aprovação dos órgãos regulatórios para que possamos iniciar a operação piloto. No primeiro momento, serão duas diferentes rotas na cidade de Campinas (SP)”, completa Roberto Gandolfo.
A principal concorrente da startup brasileira, a Uber Eats, pretende começar a testar a entrega por drones neste ano na cidade norte-americana de San Diego. A empresa está desenvolvendo um equipamento específico para a operação, mas ainda sem previsão de sair do chão. Também não há planos para implantar a tecnologia no Brasil, segundo informou à reportagem.
Além do iFood e da Uber Eats, as empresas norte-americanas Alphabet (proprietária do Google), Amazon e UPS também estão desenvolvendo e testando entregas de mercadorias por drones.
Foco no delivery
Nesta terça-feira (28) as operadoras de shoppings centers BR Malls e Multiplan anunciaram um investimento conjunto de R$ 69 milhões para inaugurar novas centrais de entregas rápidas alocadas dentro dos centros comerciais. Estes pontos são geridos pela empresa Delivery Center, com o intuito de agilizar as saídas das praças de alimentação. Ao todo, já existem 24 operações da marca nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre, mas o Delivery Center pretende com o investimento fazer este número chegar a 200. Segundo Frederico da Cunha Villa, diretor financeiro e de relações com investidores da BR Malls, o novo investimento vai acelerar a expansão do formato para outros shoppings centers.
“As centrais da empresa estão localizadas dentro dos shoppings ou em seus estacionamentos e mantêm uma equipe de pessoas que recebem os pedidos de consumidores, coletam os itens junto aos lojistas e fazem a entrega rápida via motoboys”, explica.
Curitiba (PR) e Belo Horizonte (Minas Gerais) estão no radar da empresa para novas inaugurações. Na capital paranaense, as marcas gerenciam os shoppings Estação, Curitiba e ParkShopping Barigui.
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