Por Fernando Nakagawa, CNN 08 de setembro de 2020 às 16:55 | Atualizado 09 de setembro de 2020 às 14:23 Compartilhar
Procura-se executivo para comandar empresa multinacional. Salário base US$ 1,64 milhão mais bônus que podem superar US$ 6 milhões. É preciso ter disponibilidade para viajar entre Nova York, Rio de Janeiro e a Bélgica. Benefícios: ações da própria companhia e plano de benefícios mesmo após a saída do cargo.
Esse seria o anúncio que a cervejaria AB InBev, dona da Ambev (ABEV3) e de marcas como Stella Artois, Brahma e Skol, teria de publicar para encontrar um substituto para o principal executivo da empresa que deve deixar o cargo em 2021.
Segundo o jornal britânico Financial Times, o CEO da cervejaria, o brasileiro Carlos Brito, deve deixar o cargo no próximo ano. E, ao contrário do que normalmente acontece nas grandes empresas, o cargo de presidente-executivo poderá ser ocupado por uma pessoa de fora da empresa.
Para isso, porém, não deve ser publicado um anúncio no caderno de empregos do jornal de domingo. O FT diz que uma empresa foi contratada para encontrar possíveis candidatos para a vaga.
O salário do principal executivo da maior cervejaria do mundo está detalhado em documento de mais de 500 páginas entregue ao órgão de regulação do mercado norte-americano, a SEC.
Em 2019, o CEO da AB Inbev teve salário base de US$ 1,64 milhão por ano. Esse valor, diz o documento, leva em conta a prática do mercado em cargos semelhantes em empresas comparáveis, como Apple, Coca Cola, Procter & Gamble, IBM, Oracle, Diageo e PepsiCo.
O salário base é apenas uma parte do total recebido pelo executivo. Como em todos os grandes cargos executivos, a maior parte da remuneração é variável e depende do desempenho de curto e longo prazo da empresa.
O principal bônus do executivo pode chegar a 340% do salário do CEO por ano. Há, ainda, um bônus adicional de incentivo que pode ser decidido pelo comitê de remuneração da empresa em circunstâncias excepcionais. Somando tudo, o CEO da AB Inbev pode chegar, em tese e em um ano de resultados espetaculares, a US$ 7,54 milhões – cerca de R$ 40,4 milhões por ano.
Além da remuneração anual, o executivo também participa do programa de incentivo de longo prazo com ações da própria AB Inbev. Carlos Brito tinha, em 2019, mais de 61 mil ações da companhia. Juntas, valem mais de US$ 3,4 milhões pela cotação desta terça-feira.
Para terminar, o executivo também tem direito a uma série de benefícios, como seguro de vida e médico, além de um programa de garantias para quando deixar a empresa.